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O Segredo das Startups



Outro dia li um artigo da Forbes que indicava 90% das Startups falham nos primeiros cinco anos de vida, refleti sobre essa questão por algum tempo na compreensão do que leva ao sucesso apenas 10% daqueles que iniciam, cheguei às seguintes conclusões sobre os casos de sucesso:


1.Ter um sócio

Existindo dois fundadores a possibilidade de sucesso aumenta pois haverá sempre mais que uma mente voltada para a busca de soluções. A divisão do “peso” dos momentos críticos do início permitirá uma maior fluência do projeto.


Na entrada de um fundo investidor, a existência de dois “board members” com a mesma mentalidade dará maior equilíbrio nas decisões, pensando que nem sempre é possível escolher o fundo que está mais relacionado ao objetivo fim do projeto.

A escolha do sócio deve estar além da capacidade financeira do mesmo, deve haver total aderência de ambos com o projeto, tempo de vida, retorno, objetivo, missão, etc. Havendo descolamento de objetivos há grande possibilidade do projeto ruir, a manutenção da relação dos sócios é tão ou mais importante que a manutenção das operações em si.


2.Ter um produto interessante

Se a escolha for um produto existente, precisa incluir inovação quer seja em funcionalidade, eficiência ou custo. Mas sempre é bom chegar primeiro onde ninguém ainda explorou (teoria do oceano azul), chegar primeiro onde ninguém foi lhe dará vantagens competitivas por um bom período e se estiver atento, poderá manter usar essa experiência a mais para manter-se n topo quando a concorrência chegar.

“Em uma startup a equipe deve ser multidisciplinar e sem preconceitos em tarefas, do CEO ao analista de mídias todos possuem a responsabilidade de trocar uma lampada, por exemplo ”

3.Planos de crescimento e financeiro consistentes

Ter um projeto é o começo, para vender uma ideia a investidores anjos ou mesmo a um fundo de capital, é preciso saber demonstrar quanto o projeto necessita em sua fase inicial, a capacidade em gerar receitas e sua evolução e em quanto tempo será autosuficiente.


É preciso evitar a confusão de ser negativista com realista, as projeções devem ser audaciosas mas no limite de não serem prejudiciais, muitos startups na tentativa de convencer mais facilmente o ingresso de investidores elaboram planos de evolução de receitas muito além das possibilidades ao mesmo tempo que consideram seus custos em valores mínimos, ao falharem na entrega perdem credibilidade e, por fim, acabam.

Busque capital suficiente para os quatro primeiros anos, tenha cuidado dobrado em gastos com imobilizações e contratos de serviços que tragam riscos cambiais, se forem necessários, cuide para que variações nas moedas envolvidas estejam devidamente consideradas.


4.Ter equipe consistente e focada em startup

Em um startup a última preocupação do CEO deve ser a contratação de uma secretária, do COO de apenas coordenar a equipe operacional, do CMO em apenas avaliar o mercado e do CFO de apenas entregar as demonstrações financeiras.


Todos devem entender que deve haver total compartilhamento das funções desde montar uma cadeira até trocar lâmpadas, todos podem ter que a um momento negociar a compra de um switch, papéis de escritório, etc. A equipe deve ser multifuncional e entender que não cabe a frase “minha função é essa...”, haverá o tempo certo para esse pensamento, ter equipe enxuta e visão de grupo fortalece o projeto aumentando sensivelmente a possibilidade de sucesso.

“Possui 100% de uma empresa que vale R$ 100 mil ou 10% de uma empresa de R$ 10 milhões? Esse é um paradoxo que o empreendedor pode ter em algum momento e deve estar preparado para decidir ”

5.Viver o negócio, não do negócio

Os olhos do dono engordam a galinha, já ouviu essa frase? não que não seja possível delegar funções, sim é possível, porém, é imperativo que cada sócio tenha a consciência que a estabilidade do negócio só ocorrerá se mantiverem a rotina de acompanhar de perto o dia-a-dia.


Aqui também, haverá o tempo em que poderão compor um conselho e deixar o dia-a-dia a cargo de uma equipe montada com profissionais do mercado, porém, até que o projeto tenha perfeita compreensão e consolidação de sua missão e objetivos em sua cultura organizacional, devem estar o mais próximo possível do negócio, atuando junto com gestores nas rotinas e situações.


Outro ponto importante aqui é compreender e solucionar o paradoxo Administrador vs. Acionista, não é melhor ter 10% de R$1Bi que 90% de R$100k?, há decisões de capitalização e mesmo do quotidiano que devem ser seriamente pesadas nesse prisma e certas vezes é preciso tomar decisões que defendam a valorização ao invés da participação.


Por fim, a complexidade em uma startup é inversamente proporcional a complicação do negócio, por envolver uma quantidade muito inferior de pessoas, grande parte das questões estão sempre mais relacionadas a captação de fundos e desenvolvimento de ferramentas. A medida que se define e estabiliza processos e sistemas, aumenta a necessidade de mais e mais pessoas e suas interações, deixando o ambiente menos complicado mais com variáveis mais interessantes.


Estar sempre “antenado” ao ambiente interno e externo, suas variações, buscar estar sempre à frente inovando e entendendo o que o mercado pede é a segunda camisa que o empreendedor deve usar.  


Tenha o sonho, visualize grande o maior que puder, monte o caminho e a estratégia para chegar lá, em seguida defina quais táticas são possíveis e quais recursos necessários. Valorize, saiba quanto vai gastar, otimize, busque soluções eficientes, entenda se é necessário naquele momento, priorize. O próximo passo é realizar, toda viagem começa com um pequeno gesto, a partida.


Boa sorte, desejo a você um lugar no seleto grupo dos 10%.


*Nota: este texto foi originalmente publicado no LinkeIn em 2016, mas ainda é atual e decidi republicar aqui.

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